- Mente Manifesto
- Posts
- A decisão que parecia loucura... e comprou o meu futuro.
A decisão que parecia loucura... e comprou o meu futuro.
Mente Manifesto - Edição #018

Uma decisão muda tudo
Citação da Semana
As pessoas sabem o preço de tudo, e o valor de nada.
Já joguei R$ 2 mil fora... e foi uma das decisões mais lucrativas da minha vida.
22 de maio de 2024.
Era meu aniversário.
Mas em vez de comemoração, só havia silêncio.
Estava em casa, deitado na cama, rolando o feed do Instagram com o polegar preguiçoso. O ventilador fazia um barulho monótono no teto, como um relógio sem ponteiros.
Mais um dia comum.
Mais um ciclo recomeçando igual ao anterior.
Até que um anúncio travou meu dedo.
Um evento.
Palestrantes grandes.
Um espaço elegante, cheio de luz, gente importante.
E uma promessa sussurrada pelas entrelinhas: “Você não pertence ao lugar onde está agora.”
Assisti ao vídeo até o fim.
Pela primeira vez em muito tempo, senti um estalo dentro de mim.
Como se algo estivesse me chamando.
Eu não sabia explicar, mas sabia que precisava estar naquele lugar.
Só tinha um detalhe: eu não tinha dinheiro.
Dois empregos — de dia, uma oficina; à noite, atendente de call center.
O salário mal dava pro básico.
A ideia de gastar R$ 2 mil em um evento soava como loucura.
Mesmo assim…
Comprei dois ingressos — um pra mim, outro pra minha namorada (hoje minha esposa). Fiz a compra com o coração acelerado e a mão trêmula, como quem pula num penhasco esperando encontrar asas no meio da queda.
E o que veio depois?
Críticas.
Julgamentos.
Risos abafados.
“Você é doido de gastar isso num evento desses.”
“Só quer viajar.”
“Vai jogar dinheiro fora.”
Eram tantas vozes que por pouco não abafei a minha.
Comecei a duvidar.
Será que vale mesmo esse investimento?
E se eu for, gastar tudo e nada mudar?
E se for só mais uma promessa vazia?
O medo começou a me consumir.
Eu já fazia alguns freelas de copy, mas nada consistente.
Nenhum projeto tinha mudado de fato a minha realidade.
Eu estava preso num limbo entre começar e desistir. Entre acreditar e aceitar.
Mesmo assim, fui.
O trajeto até São Paulo foi longo.
Cada quilômetro parecia uma pergunta sem resposta.
Mas quando cheguei ao evento, algo mudou.
O lugar era diferente de tudo que eu já tinha visto.
Gente elegante.
Conversas afiadas.
O cheiro de café forte e caro.
Telões brilhando.
Mentes pulsando.
E uma sensação estranha, como se eu tivesse invadido um território onde ainda não pertencia… mas queria pertencer.
Nos dois dias que passei ali, respirei outra realidade.
Absorvi cada palestra como quem tem sede antiga.
Conversei com pessoas que pareciam estar anos à minha frente — e ainda assim, algumas me ouviram com atenção.
Fiz networking.
Anotei ideias.
Escrevi, no final do evento, as metas da minha próxima década.
E uma semana depois… bati a primeira delas.
Hoje, um ano depois, já alcancei três.
Tudo começou ali, no “gasto irresponsável” de R$ 2 mil.
Na época, parecia loucura. Mas ali eu entendi:
O mundo não te paga pelo que você faz.
Te paga pelo que você parece valer.
E pra parecer valer mais, primeiro você precisa se colocar nos lugares onde o valor circula.
Onde ele é respirado.
Onde ele é percebido.
Foi ali que minha percepção mudou — e com ela, tudo começou a mudar.
O valor invisível
Existe um tipo de riqueza que não aparece na conta bancária.
Ela não reluz, não tem código de barras, nem pode ser parcelada em 12 vezes sem juros.
Essa riqueza mora no invisível.
No gesto que ninguém vê, mas muda tudo.
Na porta que se abre porque alguém te reconheceu.
Na confiança que nasce antes mesmo do contrato.
O mundo nos treina a ver valor onde há brilho.
Mas o ouro, o verdadeiro ouro, se forma no escuro.
Sob pressão.
Silenciosamente.
Tem escolhas que parecem custosas demais, até que você entende que elas compraram algo que o dinheiro não mede.
Você não pagou por um evento.
Pagou para sentar à mesa.
Pagou para ver o jogo de outro ângulo.
Pagou para que o mundo passasse a te enxergar com outros olhos.
A maioria não entende isso.
E por isso, continua onde está.
Quando comprei aqueles dois ingressos, não fazia sentido lógico.
R$2 mil, em um fim de mês apertado, dois empregos nas costas e nenhuma garantia de retorno.
Ninguém viu valor.
Nem minha conta bancária.
Nem meus amigos.
Nem, às vezes, eu mesmo.
Mas tinha algo ali...
Um silêncio no fundo do peito que dizia: “Vai. Esse lugar é pra você.”
E não era pelo conteúdo.
Não era pela palestra.
Era por mim.
Pelo que aquele movimento dizia sobre quem eu queria me tornar.
Pelo tipo de ambiente que eu queria começar a habitar.
Pelo tipo de pessoa com quem eu queria ser confundido.
Na prática, comprei um ingresso.
Na essência, comprei posicionamento.
Enquanto os outros viam um evento, eu enxerguei uma ponte.
E quando voltei pra casa, talvez nada tivesse mudado no mundo externo, mas dentro de mim, tudo já era outro.
O que o mundo não te ensina sobre valor.
O problema é que a maioria só sabe dar valor depois que vê o resultado.
Depois que já ficou óbvio.
Depois que é tarde.
Mas o verdadeiro valor não mora no resultado.
Mora na visão.
É preciso coragem pra pagar por algo que só você consegue enxergar.
Pra investir no que não dá retorno imediato, mas planta raízes profundas.
Pra trocar a pressa pelo propósito.
Quantas oportunidades você já deixou passar porque não pareciam “um bom negócio”?
Quantas portas não se abriram porque você não estava nos lugares onde elas existem?
A vida é feita disso:
De alicerces que ninguém aplaude.
De movimentos que ninguém entende.
De decisões que, aos olhos dos outros, parecem burras, mas aos olhos do tempo, se tornam mestres.
O que parece caro hoje, pode sair barato amanhã.
E o que parece barato hoje, pode te custar uma década.
O valor invisível é o único que realmente transforma.
Porque ele não só compra algo, ele muda quem você é.
Bic x Montblanc
Imagine uma mesa de madeira escura, iluminada por uma luz suave.
Sobre ela, repousam duas canetas.
De um lado, uma BIC transparente.
Simples.
Plástica.
R$2,50 na papelaria da esquina.
Do outro, uma Montblanc.
Corpo robusto.
Clip dourado.
Um rubi cravado.
Preço?
R$200 mil.
Ambas escrevem.
Ambas cumprem a função.
Mas entre o preço e o valor, existe um abismo.
A Montblanc não escreve melhor.
Ela diz melhor.
Ela significa mais.
A BIC representa a função.
A Montblanc, a construção simbólica do valor.
Uma escreve palavras. A outra escreve história.
E isso levanta uma pergunta desconfortável:
Se ambas escrevem, por que uma vale R$2… e a outra, o preço de um apartamento?
Frida Kahlo: a caneta que sangra
A Montblanc criou uma edição limitada de 70 canetas em homenagem à artista mexicana Frida Kahlo.
Cada detalhe carrega alma: o corpo azul remete à Casa Azul, sua residência; o clipe em forma de “V” relembra suas sobrancelhas unidas; e o rubi em forma de coração representa sua dor visceral.
Essa caneta não é perfeita.
Ela não é suave.
Ela não é discreta.
Ela é intensa.
Como Frida.
“Uma sobrancelha em forma de clipe. Um rubi em forma de dor. A Montblanc de Frida não escreve. Ela sangra.”
É uma peça que não apenas homenageia, mas encarna a artista.
O valor está nas cicatrizes embutidas no design.
No simbolismo.
Não é função.
É emoção.
Birkin: o teatro do luxo invisível
Comprar uma Birkin da Hermès não é questão de saldo bancário.
É um jogo de narrativa.
Você precisa ser visto.
Ser fiel.
Demonstrar lealdade à marca.
Só então — talvez — será convidado a comprá-la.
“Você não compra uma Birkin. Você entra num teatro onde ela é o ato final — e você é apenas o figurante do luxo.”
É o luxo como enigma.
Quanto mais inacessível, mais desejada.
O valor não está no couro.
Está no ritual.
Thorstein Veblen, sociólogo americano, cunhou o termo “consumo conspícuo”.
Segundo ele, não compramos luxo por necessidade.
Mas para sermos vistos.
“Talvez não queiramos luxo. Queiramos ser vistos tendo algo que os outros não têm.”
É o status como espetáculo.
A Montblanc não te dá tinta.
Te dá palco.
O valor da Montblanc não está no que ela faz — mas no que ela representa.
Não é sobre função.
É sobre ficção.
É sobre histórias bem contadas.
Valor é narrativa acumulada.
Luxo é percepção treinada.
E branding… é o palco onde isso acontece.
O mundo não paga pelo objeto.
Paga pelo símbolo que ele carrega.
É por isso que investir em um evento, numa mentoria ou num ambiente de alto nível não é sobre ROI imediato.
É sobre posicionamento simbólico.
Você não está apenas “participando”.
Você está sendo visto.
Está se colocando em um lugar onde as pessoas certas te notam.
Você está construindo percepção — o que, no fim, é o que sustenta preços altos e decisões rápidas.
Marcas de luxo constroem valor com narrativa, não com lógica.
E branding pessoal é isso:
Se tornar uma Montblanc em um mar de BICs.
Porque no jogo da atenção, quem é percebido como valioso, cobra mais, negocia menos e é lembrado por mais tempo.
Desafio Da Semana
Todo mundo quer ser Montblanc, mas vive agindo como BIC.
Você diz que quer ser valorizado, lembrado, admirado…
Mas se esconde, se barateia, se comporta como alguém genérico.
Talvez o problema não seja o mundo te ignorar.
Mas você ainda não ter dado motivos para ele te notar.
Posicionamento.
Não é sobre currículo.
Não é sobre portfólio.
É sobre como você se apresenta ao mundo e o que você faz o mundo sentir quando te vê.
Você pode ser incrível.
Ter resultados.
Ter consistência.
Mas se a sua imagem, suas palavras, sua presença digital e seus rituais de comunicação forem genéricos...
Você vai ser percebido como mais do mesmo.
E o mundo não paga por mais do mesmo.
Seu desafio dessa semana é escolher (e usar) um símbolo claro de valor.
Pense em algo visível, repetível e intencional que irá comunicar posicionamento nas suas interações físicas ou digitais.
Uma peça de roupa com assinatura forte (ex: blazer branco, anel chamativo, batom vermelho)
Um bordão ou frase que você sempre repete nas legendas e vídeos
Um objeto que aparece com frequência no seu conteúdo (ex: uma xícara, uma caneta, um fundo específico)
Um novo tom de voz mais provocador, mais sério ou mais autêntico
Esse símbolo não precisa ser caro. Precisa ser coeso com a narrativa que você quer transmitir.
Durante os próximos 7 dias, intencione esse símbolo em pelo menos 3 conteúdos, reuniões ou interações.
Observe as reações.
A percepção.
Veja como a repetição constrói lembrança — e lembrança constrói valor.
Pergunte a si mesmo no final da semana:
“Fui percebido de forma diferente?”
“Senti mais confiança em me posicionar?”
“Esse símbolo representa a versão de mim que quero amplificar?”
O mundo nunca te paga pelo que você vale. Ele te paga pelo que ele enxerga.
Valor não é o que você tem.
É o que você consegue comunicar.
E toda comunicação começa com um símbolo que diz, sem falar:
“Eu não sou só mais uma BIC.”
Forte Abraço,
Matheus Ferreira
Ora et Labora