- Mente Manifesto
- Posts
- A felicidade está na simplicidade
A felicidade está na simplicidade
Mente Manifesto - Edição #007
Citação da Semana
A maioria dos problemas humanos, surgem da incapacidade de se sentar sozinho e tranquilo

A natureza e sua calmaria
Onde você procura a sua felicidade?
Essa foi a pergunta que destruiu a minha mente nessa semana, depois de um passeio em família.
No final de semana passado, minha irmã me convidou para ir até uma pescaria. Como era feriado de carnaval e não teria nada para fazer em casa, eu e minha esposa aceitamos.
Lá, não tinha sinal de celular e nem wifi. Ou seja, ficamos desconectados por algumas horas, apenas conversando com as pessoas, aproveitando a paisagem, rindo.
E em um momento, eu comecei a perceber que até 2 anos atrás, eu não me via em uma lugar daquele sem estar feliz.
Ora, como posso estar feliz se eu não estou em um ambiente luxuoso? Sem carros ou roupas caras?
Eu me lembrei das minhas vontades antes de conhecer minha esposa.
Eu era uma pessoa vazia, sem desejos que me levassem a verdadeira felicidade.
Desde que comecei a trabalhar, sempre busquei ser extremamente rico, ter muitos carros, uma casa gigante, roupas muito caras.
Eu estava sendo consumido pela ganância.
E talvez por isso, nunca alcancei resultados.
A busca pelo dinheiro me fazia trabalhar dia e noite, sem finais de semana, sem feriados... Sem aproveitar a vida.
E de verdade, isso não me levou a nada. Pelo contrário, só me trouxe problemas psicológicos.
Mas, eu percebi que não seria essas coisas que me levariam a alegria derradeira.
Veja, hoje eu ainda anseio em ter algumas das coisas materiais, como uma harley e um motor home.
Porém, eu sei que essas vontades não são necessidades em minha vida, então, eu não busco por elas incessantemente.
O meu eu de hoje, busca construir uma família, poder passar finais de semana viajando, aproveitar meus filhos e minha esposa.
Eu tenho propósito.
Eu quero ter uma vida de experiências, e proporcionar essa vida para a minha família.
E eu não estou condenando o dinheiro, pelo contrário. Ser rico é algo que todos devemos buscar. Porém, devemos colocar na balança o que essa busca vai nos custar.
E por isso, hoje eu sou um homem que busca as coisas simples da vida. Coisas que antes eu achava banais. Hoje vejo como momentos de felicidade.
Eu mudei da água para o vinho em questão de 2 anos.
Sai de uma mentalidade de "preciso ser extremamente rico e comprar tudo o que eu quiser", para outra "Eu quero ser rico, mas para ter segurança e liberdade"
Busque o mínimo para alcançar o máximo
Assim como eu, você também já caiu no golpe dos prazeres extravagantes.
De querer sair com sua parceira ou parceiro e achar que somente ir ao shopping comprar roupas, ou ir a um restaurante e gastar mais de R$300 poderia fazer vocês se divertirem.
Mas isso que você está vivendo, é passageiro e idiota.
Aprender a viver com a simplicidade muda seus sonhos e desejos.
Como eu disse, antes eu só queria saber de prazeres luxuosos.
Hoje, quero viver experiências, e muitas delas são de graça.
Quer um exemplo? Eu amo tomar café da manhã com minha esposa em casa. Uma coisa extremamente simples, mas que me traz uma felicidade que poucas coisas trazem.
Não é o quanto você paga, mas sim o quanto aquilo gera de valor para a sua vida.
A vida é feita de pequenos momentos.
Por isso, quanto mais simples os seus prazeres, mais feliz e rico você vai se tornar.
As 4 Liberdades: O Caminho Para Uma Vida Plena
A simplicidade da vida está diretamente conectada à liberdade.
Quanto mais livres somos, menos estamos presos a obrigações desnecessárias, ciclos viciosos e buscas intermináveis por mais.
Aqui estão as quatro principais liberdades que moldam uma vida verdadeiramente independente e satisfatória:
1. Liberdade Geográfica 🌍
É a capacidade de viver e trabalhar de qualquer lugar do mundo, sem estar preso a um local específico.
Trabalhar remotamente ou ter um negócio online;
Poder viajar sem estar limitado por compromissos físicos;
Escolher onde morar com base na qualidade de vida, e não apenas no emprego;
Imagine que sua vida é como um veleiro. A liberdade geográfica lhe permite ajustar as velas e navegar para onde quiser, sem estar ancorado a um único porto.
Por que é importante?
Muitas pessoas vivem presas a um lugar por obrigação, não por escolha.
Ter liberdade geográfica significa que você pode construir uma vida onde quiser, sem se sentir refém de um endereço fixo.
2. Liberdade de Tempo ⏳
É o poder de decidir como gastar seu tempo, sem estar preso a horários rígidos.
Não depender de um emprego tradicional de 9h às 18h;
Poder estruturar seu dia de acordo com suas prioridades;
Ter tempo para a família, lazer e desenvolvimento pessoal;
A liberdade de tempo é como ter o controle do próprio relógio. Em vez de correr contra o tempo, você o molda de acordo com seus objetivos e desejos.
Por que é importante?
A maioria das pessoas troca tempo por dinheiro, mas a verdadeira riqueza está em ter tempo para fazer o que realmente importa.
3. Liberdade Financeira 💰
É o estado em que você tem dinheiro suficiente para viver sem depender de um emprego fixo ou de terceiros.
Ter renda passiva (investimentos, negócios, royalties);
Não precisar trabalhar apenas para pagar contas;
Poder escolher seus projetos com base no que gosta, não apenas no que paga bem;
A liberdade financeira é como ter uma torneira sempre aberta. Em vez de precisar buscar baldes de água todos os dias (trabalhar para ganhar dinheiro), você já tem um fluxo contínuo que supre suas necessidades.
Por que é importante?
Viver sem preocupações financeiras permite focar no que realmente traz significado à vida, sem estar refém de um salário.
4. Liberdade Mental 🧠
É a capacidade de pensar e agir sem ser limitado por crenças impostas, medos ou padrões da sociedade.
Não se preocupar com a opinião dos outros;
Ter clareza sobre o que realmente quer da vida;
Estar livre de medos e inseguranças que paralisam;
A liberdade mental é como tirar um par de algemas invisíveis. Você não percebe que estava preso até se libertar e sentir a leveza de viver sem amarras psicológicas.
Por que é importante?
Mesmo que alguém tenha liberdade financeira, de tempo e geográfica, ainda pode ser prisioneiro de suas próprias crenças. A verdadeira liberdade começa na mente.
A busca pela simplicidade da vida está diretamente ligada a essas quatro liberdades. Quanto mais você conquista cada uma delas, menos preso fica a obrigações desnecessárias e mais pode viver de acordo com seus próprios termos.
Prazeres Em Movimento x Prazeres Estáticos
Os prazeres podem ser divididos em duas categorias principais: prazeres em movimento e prazeres estáticos. Essa distinção vem da filosofia epicurista, que estudava a felicidade e a natureza do prazer.
1. Prazeres em Movimento (Prazeres Dinâmicos)
São aqueles que sentimos ao satisfazer um desejo ou necessidade. Eles dependem de uma ação e costumam ser passageiros. Alguns exemplos incluem:
Comer quando estamos com fome;
Comprar algo novo;
Conquistar um objetivo;
Sentir adrenalina ao praticar um esporte radical;
O prazer em movimento é como acender um fósforo no escuro. Ele ilumina intensamente por um momento, mas logo se apaga, deixando-nos na busca pelo próximo fósforo.
Esse tipo de prazer pode se tornar viciante, pois sempre exige mais. Quando a novidade passa, sentimos um vazio e buscamos outra fonte de estímulo.
Isso explica por que muitas pessoas ficam presas no ciclo do consumismo, da busca por reconhecimento ou da dependência de prazeres imediatos.
2. Prazeres Estáticos (Prazeres Tranquilos)
São aqueles que sentimos quando estamos em equilíbrio, sem a necessidade de uma busca constante por algo novo. Eles surgem da satisfação e da paz interior. Exemplos incluem:
Apreciar um pôr do sol;
Estar presente no momento;
Sentir gratidão pelo que já temos;
Experimentar a sensação de plenitude após uma boa refeição ou um descanso profundo;
O prazer estático é como um lago sereno. Não há ondas, não há correria – apenas um estado de tranquilidade e contentamento.
O segredo da felicidade
Os filósofos epicuristas argumentavam que a verdadeira felicidade vem do equilíbrio entre esses prazeres.
Os prazeres em movimento são necessários, mas devem ser dosados. Já os prazeres estáticos são mais sustentáveis e nos livram da ansiedade da constante busca por mais.
Se vivemos apenas pelos prazeres em movimento, caímos no mesmo ciclo de um hamster correndo na roda – sempre em busca de mais e nunca satisfeitos.
Mas, se aprendemos a valorizar os prazeres estáticos, descobrimos que a simplicidade e a presença são os maiores prazeres da vida.
Simplicidade Não Significa Pobreza
Isso é algo que você precisa entender. Não estou falando em hipótese alguma para você ser pobre.
Pelo contrário, quero que você seja rico. Assim como eu desejo ser e estou na busca.
Romantizar a pobreza é perpetuar a mesma. Não caia na falácia de que pessoas ricas não são felizes ou "não vão para o céu".
Se você for pobre, vai passar por grandes dificuldades.
Imagine seu esposa ou marido ficar doente e você não ter condições de dar o melhor tratamento?
Ou seu filho lhe pedir um picolé, e você ver que não tem um puto no bolso para comprar?
Isso é o que acontece quando você é pobre, você e as pessoas que você ama vão sofrer.
Então, ser rico, deve ser sim uma meta.
O grande problema não é buscar dinheiro ou seus sonhos materiais, mas sim quando isso se torna seu propósito de vida.
Você precisa colocar o dinheiro em ordem de importância:
Segurança para si e para os seus;
4 liberdades;
Conforto para si e para os seus;
Realizar sonhos;
Comprar luxos;
Essa é a ordem correta. Primeiro você cuida da sua família, da segurança, conforto, liberdade e por último está os luxos, que são coisas que você não necessita para viver, mas que você tem condições de ter sem que isso atrapalhe a sua vida.
Ser bem sucedido e ser rico são coisas bem diferentes.
Para ser bem sucedido, além do dinheiro você precisa estar cumprindo o seu propósito, ter saúde, ter uma família feliz e ter performance física e mental.
Consumismo é um ciclo sem fim
O consumismo pode ser comparado a uma esteira de corrida em uma academia.
Quanto mais rápido você corre, mais cansado fica, mas nunca chega a lugar algum.
O marketing nos convence de que precisamos de mais para sermos felizes, mas a cada nova compra, a satisfação é passageira e logo vem a necessidade de outro "upgrade".
O verdadeiro contentamento vem quando saímos da "esteira" e percebemos que a felicidade não está no próximo item da lista de desejos, mas em apreciar o que já temos.
Parábola de Yacht
A "Parábola do Yacht" é uma história que ilustra como a busca por riqueza pode ser um ciclo sem fim e, muitas vezes, desnecessário.
A versão mais conhecida conta sobre um banqueiro rico que encontra um pescador relaxando em sua rede. O banqueiro pergunta por que ele não trabalha mais para comprar barcos maiores, expandir sua frota e, eventualmente, se aposentar rico.
O pescador responde:
"E o que eu faria depois de me aposentar?"
O banqueiro diz:
"Você poderia descansar e aproveitar a vida."
O pescador então sorri e diz:
"Mas eu já faço isso agora."
Muitas vezes, a busca pela riqueza nos faz correr atrás de algo que já poderíamos ter com menos esforço. A simplicidade pode nos oferecer o que realmente buscamos: paz e satisfação.
Para de viver de aparências.
Você não precisa de coisas para ser feliz, você precisa de experiências e pessoas.
Desafio da Semana
Olhe para os seus objetivos de vida.
Você procura o que nesse momento?
Você procura somente desejos materiais?
Você procura os prazeres vazios?
Esse é o momento de você refletir sobre a sua vida.
Procure um momento do seu dia onde as coisas mais simples acontecem, como tomar um café quente, conversar com as pessoas que você ama, aproveitar uma bela refeição.
Se conecte com esses momentos, e veja como as coisas mais valiosas são as mais simples.
Forte Abraço,
Matheus Ferreira.
Ora et labora